Nascemos para amar
Nascemos para
amar; a Humanidade
Vai, tarde ou
cedo, aos laços da ternura.
Tu és doce
atrativo, ó Formosura,
Que encanta, que
seduz, que persuade.
Enleia-se por
gosto a liberdade;
E depois que a
paixão na alma se apura,
Alguns então lhe
chamam desventura,
Chamam-lhe
alguns então felicidade.
Qual se abisma
nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves
júbilos discorre,
Com esperanças
mil na ideia acesas.
Amor ou
desfalece, ou para, ou corre;
E, segundo as
diversas naturezas,
Um porfia, este
esquece, aquele morre.
BOCAGE, 1969. Opera Omnia.
Vol. 1.
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