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A mostrar mensagens de fevereiro 15, 2009

O LUGAR DO AMOR

Voltamos sempre ao local do crime e ao lugar do amor: um lugar quente que nos acolhe pela vida fora, pela vida dentro, queremos voltar: a cozinha do tamanho da casa, o fogão crepitava como lareira acesa todo o dia, a mesa ao centro e nós à volta correndo, aceitando o que nos davam, apanhando o que queríamos. Ah, os risos na cozinha, as vozes atarefadas, os braços das mulheres os filhos pequenos que andavam por ali, os filhos dos outros que entravam porque estava quente, havia comida e as brincadeiras eram uma carícia nas suas vidas: todos nos criávamos por ali, a cozinha criava-nos, um avental limpava-nos as mãos, a azáfama aquecia a alma, as correrias coravam-nos as faces e de nada tínhamos fome. Era um bulício que durava até à noite, a noite das mulheres acesas até altas horas. Dormíamos no doce afago dos pais, os outros onde a vida deixa. Amassava-se o pão no nosso sono. Todos nos criámos por ali: a cozinha era o lugar do amor: amassar o pão com a poesia. BRANCO, Rosa Alice. (2002).

SE ME ESCOLHERES

Se me escolheres Me quiseres como te quero Se pegares em mim E me guardares Protege-me E abriga-me Não me deixes fugir Não me largues E faz-me tua Faz-me tão tua E única E diferente de todos… Se me escolheres Me quiseres como te quero Ama-me sempre Sem mentira Sem medo Sem vontade de fugir Com vontade de querer E com desejo De viver, rir Crescer…E faz de nós UmTão forte, grande Único Como a escolha feita De nos querermos Neste para sempre Que é só nosso Agora… FERRO, Mª Ana. (2007). Vinho, Velas e Valquírias . D.G. Edições