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A mostrar mensagens de abril 5, 2020

Soneto XCVIII

De ti me separei na primavera: quando o risonho abril, ao sol voando, em cor e luz, a plenas mãos, cantando, nova alegria entorna pela esfera... No viridente bosque até dissera o pesado Saturno ver folgando... Porém nem cor vistosa ou cheiro brando lograram incender minha quimera. A brancura dos lírios, não a vi... O vermelhão das rosas desmaiava... Eram fantasmas só... ao pé de ti ... o seu modelo... quanto lhes faltava! Par´cia inverno; e eu, a viva alfombra, Só pude imaginá-la a tua sombra.                                                                      William Shakespeare, (trad. de Luís Cardim), Colóquio Letras n.º 168/169 , julho de 2004, pp. 174-175.