Εἰδύλλια

Idílio XI, O Ciclope 

ΚΥΚΛΩΨ Κύπριδος ἐκ μεγάλας τό οἱ ἥπατι πᾶξε βέλεμνον.
Ἀλλὰ τὸ φάρμακον εὗρε, κατηζόμενος δ'ἐπὶ πέτρας
ὑψηλᾶς ἐς πόντον ὁρῶν ἄειδε τοιαῦτα·

" Ὦ λευκὰ Γαλάτεια, τί τὸν φιλέοντ' ἀποβάλληι,
λευκοτέρα πακτᾶς ποτιδεῖν, ἁπαλωτέρα ἀρνός,
μόσχω γαυροτέρα, φιαρωτέρα ὄμφακος ὠμᾶς,
φοιτῆις δ' αὖθ' οὕτως ὅκκα γλυκὺς ὕπνος ἔχηι με,
οἴχηι δ' εὐθὺς ἰοῖς' ὅκκα γλυκὺς ὕπνος ἀνῆι με,
φεύγεις δ' ὥσπερ ὄι"ς πολιὸν λύκον ἀθρήσασα;
 Ἠεράσθην μὲν ἔγωγε τεοῦς, κόρα, ἁνίκα πρᾶτον
ἧνθες ἐμᾶι σὺν ματρὶ θέλοις' ὑακίνθινα φύλλα
ἐξ ὄρεος δρέψασθαι, ἐγὼ δ' ὁδὸν ἁγεμόνευον.
Παύσασθαι δ', ἐσιδών τυ καὶ ὕστερον, οὐδέ τί παι νῦν
ἐκ τήνω δύναμαι· τὶν δ' οὐ μέλει, οὐ μὰ Δί', οὐδέν. "


Texto em versos, dialeto comum, baseado na edição de Legrand (1946). 

Referências: Ph.-E. Legrand, Bucoliques Grecs, t. I, Paris, Les Belles Lettres, 1946.

TRADUÇÃO
O canto de Polifemo
Foi um longo dardo que Cípris[1] cravou em seu fígado.
Mas o remédio ele o achou, sentando sobre altos
rochedos, e enquanto olhava o mar cantava assim:
"Por que repeles quem te ama, ó alva Galatéia,
mais alva de ser que a coalhada, mais macia que um cordeiro,
mais faceira que uma novilha, mais lustrosa que uva verde,
e te achegas assim quando o sono me domina
e te vais tão logo o doce sono me abandona,
fugindo como ovelha à vista de um lobo cinzento?
Eu me apaixonei por ti, menina, na primeira vez em que
vieste com minha mãe, que flores de jacinto colher
queria nas montanhas, e eu ia guiando o caminho.
Pôr fim a isso, após outras vezes ter-te visto, agora
não mais me é possível. Mas tu com nada te importas, por Zeus !"
Notas
  1. Epíteto de Afrodite, muito utilizado pelos poetas; trata-se de uma referência à ilha de Chipre, mítico local de nascimento da deusa.


     

     Texto e tradução extraídos de http://greciantiga.org/arquivo.asp?num=0139
    
     Imagem extraída de http://flaminiogualdoni.com/?p=6304

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